
“Brechó vendendo mais caro que loja de peça nova?” Será?
Essa é uma dúvida comum entre muitas pessoas que ainda estão começando a explorar o universo dos brechós. À primeira vista, pode parecer estranho ver uma peça de segunda mão com um valor próximo ou até superior ao de uma roupa nova em grandes redes de fast fashion. Mas será que essa comparação é justa?
Primeiro, é importante entender que hoje existem brechós para todos os tipos de públicos. Assim como no mercado tradicional, há propostas populares e acessíveis, e também brechós mais seletivos, com foco em peças raras, marcas renomadas, tecidos nobres e curadoria refinada.
Além disso, comprar em um brechó sério e profissional significa pagar não apenas pela peça em si, mas por todo o trabalho que existe por trás: a curadoria cuidadosa, a seleção de qualidade, a higienização, a produção de fotos reais e detalhadas, o atendimento ao cliente, o preparo da embalagem e o envio. Tudo isso é parte do valor entregue.
Enquanto isso, muitas lojas de fast fashion têm diminuído significativamente a qualidade das peças. Tecidos sintéticos, costuras frágeis, modelagens mal pensadas e uma durabilidade que dificilmente ultrapassa alguns usos. A falsa sensação de economia, na prática, se transforma em desperdício.
Outro ponto importante: o brechó, muitas vezes, é a porta de entrada para acessar marcas que seriam inviáveis para muitas pessoas no preço original. É uma forma real de democratizar o acesso à moda de qualidade, sem abrir mão da consciência ambiental e econômica.
Por isso, afirmar que brechó “cobra mais caro” do que loja nova não é, necessariamente, uma realidade. O brechó cobra o valor justo pelo trabalho envolvido, pela qualidade das peças e pela proposta de um consumo mais responsável.
A pergunta que fica é: o que você está buscando ao comprar uma roupa? Preço baixo a qualquer custo, ou uma peça que vai durar, te representar e contribuir para um sistema mais justo?